12/06/2008

CRÓNICA do BLOQUEIO

Paralisação de transportadores de Mercadorias – Crónica do Bloqueio

José A.Costa Velho

Quarenta e oito horas foram o bastante para testar a vulnerabilidade do sistema. Menos de vinte mil motoristas deram o mote. Os mais poderosos entraram em polvorosa e logo de seguida armaram-se até aos dentes para lhe fazer frente. Uma associação representativa de alguns instalados veio a terreiro como quem se mostra para dizer-se activa abrindo-se a um diálogo desejável para dividir ou unir espaços. Acordaram que não poderia faltar energia à governação, às viaturas de estado. E, a aviação dependente de combustível teria prioridade em ser abastecida.

O Comércio distribuidor de bens alimentares estrebuchou sobressaltado e gritou bem alto a favor da mobilidade da sua frota e de todas as outras frotas que lhe estão sub-contratadas. Vimos desde logo que esta demonstração de descontentamento que originava a paralisação dos camionistas transportadores de mercadorias reunia pouca gente nas primeiras Horas do Bloqueio. Era uma paralisação de minorias pouco organizadas que apesar de defenderem o seu quinhão não estariam em condições de colocar ao seu serviço a partilha do quinhão maior das grandes transportadoras associadas a outros espaços de um melhor bem-estar.

“Os impactes na economia nacional foram visíveis nas filas dos postos de abastecimento de combustível e nas prateleiras dos supermercados, mas não se ficavam por aí: o ramo alimentar, o que mais sofreu com a paralisação, devido à curta validade dos produtos perecíveis, as indústrias automóvel, a têxtil e a aérea registavam milhões de euros de prejuízos.”

Para nos lamentarmos ficou a morte de um irmão do sector atropelado por outro aqui à porta e alguém ter incendiado camiões a soldo não se sabe de quem. Foi fogo posto?!

Com tudo isto servirá a lição de que um pequeno número de transportadores de mercadorias são um poder que deve ser respeitado ou devidamente manobrado. A crise vem da escassez do produto que faz mexer a máquina. O PETRÓLEO, está ai, para durar por muitos e bons anos, há novas jazidas anunciadas. O que acontece é que os países do Sol nascente tornaram-se grandes consumidores e desequilibraram a vida desorganizada e ociosa de muitos a ocidente.

Sempre reconhecemos que o VENTO LESTE é predominante sobre o vento oeste!

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