Un fuerte terremoto de 8,8 de magnitud causa al menos 147 muertos en Chile
El temblor ha afectado a la ciudad de Concepción, la segunda en importancia del país, y deja sin suministro eléctrico a Santiago, la capital.- El Servicio Geológico de Estados Unidos (USGS) rebaja la alerta de tsunami en la costa del Pacífico de Suramérica
Um icebergue do tamanho do Luxemburgo desprendeu-se do glaciar Mertz, na Antártida, após colidir com outro bloco de gelo gigante, chamado B2B.
Esta ocorrência poderá causar grandes alterações climáticas.
O icebergue do tamanho do Luxemburgo mede 2500 quilómetros quadrados, pesa 860 mil milhões de toneladas e contém água suficiente para fornecer um terço da população mundial durante um ano.
A contrariar qualquer situação de “face oculta “ O Eurostat , Hoje dia 19 de Fevereiro, anuncia que Lisboaé mais rica quea média da EU
Estando a população deLisboamais rica acima da média Europeia porque será que vejo tantos e tantas pessoas a pedir pelas ruas da cidade, muitos a recorrer á sopa dos pobres e centenas de cidadãos a dormir embrulhados em cartões nosacesos ao metropolitano e noutros espaços públicos dacidade.
Isto já é mania de querer ser pobre pá … esta malta gosta mesmo de viver assim, esfomeada e sem abrigo !!! É pá, há cada Bico !
Hoje, a comemorar as cinzas nada melhor que a INVENÇÃO do AMOR por Daniel Filipe
Para se compreender bem o poema "A Invenção do Amor" de Daniel Filipe, é preciso ter em consideração o tempo histórico em que ele foi escrito: o da ditadura de António de Oliveira Salazar, ditadura essa que gostava de proclamar aos quatro ventos que era um baluarte na defesa da civilização ocidental e dos seus valores. Ao lermos este poema, facilmente compreenderemos porque razão Daniel Filipe foi tão perseguido pela ditadura, tendo sido várias vezes preso e torturado pela PIDE.
extractos do poema:- "Importa descobri-los onde quer que se escondam antes que seja demasiado tardee o amor como um rio inunde as alamedas,praças, becos calçadas, quebrando nas esquinas"
"Depois das seis da tarde é proibido circular Avisa-se a população de que as forças da ordem atirarão sem prevenir sobre quem quer que seja"
A INVENÇÃO DO AMOR Em todas as esquinas da cidade nas paredes dos bares à porta dos edifícios públicos nas janelas dos autocarros mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa esperança de fuga um cartaz denuncia o nosso amor
Em letras enormes do tamanho do medo da solidão da angústia um cartaz denuncia que um homem e uma mulher se encontraram num bar de hotel numa tarde de chuva entre zunidos de conversa e inventaram o amor com carácter de urgência deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana
Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura e souberam entender-se sem palavras inúteis Apenas o silêncio A descoberta A estranheza de um sorriso natural e inesperado
Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente Embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta de um amor subitamente imperativo
Um homem uma mulher um cartaz de denúncia colado em todas as esquinas da cidade A rádio já falou A TV anuncia iminente a captura A policia de costumes avisada procura os dois amantes nos becos e avenidas Onde houver uma flor rubra e essencial é possível que se escondam tremendo a cada batida na porta fechada para o mundo É preciso encontrá-los antes que seja tarde Antes que o exemplo frutifique Antes que a invenção do amor se processe em cadeia
Há pesadas sanções paras os que auxiliarem os fugitivos
Chamem as tropas aquarteladas na província convoquem os reservistas os bombeiros os elementos da defesa passiva Todos Decrete-se a lei marcial com todas as suas consequências O perigo justifica-o Um homem e uma mulher conheceram-se amaram-se perderam-se no labirinto da cidade É indispensável encontrá-los dominá-los convencê-los antes que seja demasiado tarde e a memória da infância nos jardins escondidos acorde a tolerância no coração das pessoas
Fechem as escolas Sobretudo protejam as crianças da contaminação Uma agência comunica que algures ao sul do rio um menino pediu uma rosa vermelha e chorou nervosamente porque lha recusaram Segundo o director da sua escola é um pequeno triste Inexplicavelmente dado aos longos silêncios e aos choros sem razão Aplicado no entanto Respeitador da disciplina Um caso típico de inadaptação congénita disseram os psicólogos Ainda bem que se revelou a tempo Vai ser internado e submetido a um tratamento especial de recuperação Mas é possível que haja outros. É absoIutamente vital que o diagnóstico se faça no período primário da doença E também que se evite o contágio com o homem e a mulher de que se fala no cartaz colado em todas as esquinas da cidade
Está em jogo o destino da civilização que construímos o destino das máquinas das bombas de hidrogénio das normas de discriminação racial o futuro da estrutura industrial de que nos orgulhamos a verdade incontroversa das declarações políticas
Procurem os guardas dos antigos universos concentracionários precisamos da sua experiência onde quer que se escondam ao temor do castigo
Que todos estejam a postos Vigilância é a palavra de ordem Atenção ao homem e à mulher de que se fala nos cartazes À mais ligeira dúvida não hesitem denunciem Telefonem à polícia ao comissariado ao Governo Civil não precisam de dar o nome e a morada e garante-se que nenhuma perseguição será movida nos casos em que a denúncia venha a verificar-se falsa
Organizem em cada bairro em cada rua em cada prédio comissões de vigilância. Está em jogo a cidade o país a civilização do ocidente esse homem e essa mulher têm de ser presos mesmo que para isso tenhamos de recorrer às medidas mais drásticas
Por decisão governamental estão suspensas as liberdades individuais a inviolabilidade do domicílio o habeas corpus o sigilo da correspondência Em qualquer parte da cidade um homem e uma mulher amam-se ilegalmente espreitam a rua pelo intervalo das persianas beijam-se soluçam baixo e enfrentam a hostilidade nocturna É preciso encontrá-los É indispensável descobri-los Escutem cuidadosamente a todas as portas antes de bater É possível que cantem Mas defendam-se de entender a sua voz Alguém que os escutou deixou cair as armas e mergulhou nas mãos o rosto banhado de lágrimas E quando foi interrogado em Tribunal de Guerra respondeu que a voz e as palavras o faziam feliz Lhe lembravam a infância Campos verdes floridos Água simples correndo A brisa nas montanhas
Foi condenado à morte é evidente É preciso evitar um mal maior Mas caminhou cantando para o muro da execução foi necessário amordaçá-lo e mesmo assim desprendia-se dele um misterioso halo de uma felicidade incorrupta
Impõe-se sistematizar as buscas Não vale a pena procurá-los nos campos de futebol no silêncio das igrejas nas boîtes com orquestra privativa Não estarão nunca aí Procurem-nos nas ruas suburbanas onde nada acontece A identificação é fácil Onde estiverem estará também pousado sobre a porta um pássaro desconhecido e admirável ou florirá na soleira a mancha vegetal de uma flor luminosa Será então aí Engatilhem as armas invadam a casa disparem à queima roupa Um tiro no coração de cada um Vê-los-ão possivelmente dissolver-se no ar Mas estará completo o esconjuro e podereis voltar alegremente para junto dos filhos da mulher
Mais ai de vós se sentirdes de súbito o desejo de deixar correr o pranto Quer dizer que fostes contagiados Que estais também perdidos para nós É preciso nesse caso ter coragem para desfechar na fronte o tiro indispensável Não há outra saída A cidade o exige Se um homem de repente interromper as pesquisas e perguntar quem é e o que faz ali de armas na mão já sabeis o que tendes a fazer Matai-o Amigo irmão que seja matai-o Mesmo que tenha comido à vossa mesa e crescido a vosso lado matai-o Talvez que ao enquadrá-lo na mira da espingarda os seus olhos vos fitem com sobre-humana náusea e deslizem depois numa tristeza líquida até ao fim da noite Evitai o apelo a prece derradeira um só golpe mortal misericordioso basta para impor o silêncio secreto e inviolável
Procurem a mulher e o homem que num bar de hotel se encontraram numa tarde de chuva Se tanto for preciso estabeleçam barricadas senhas salvo-condutos horas de recolher censura prévia à Imprensa tribunais de excepção Para bem da cidade do país da cultura é preciso encontrar o casal fugitivo que inventou o amor com carácter de urgência
Os jornais da manhã publicam a notícia de que os viram passar de mãos dadas sorrindo numa rua serena debruada de acácias Um velho sem família a testemunha diz ter sentido de súbito uma estranha paz interior uma voz desprendendo um cheiro a primavera o doce bafo quente da adolescência longínqua No inquérito oficial atónito afirmou que o homem e a mulher tinham estrelas na fronte e caminhavam envoltos numa cortina de música com gestos naturais alheios Crê-se que a situação vai atingir o climax e a polícia poderá cumprir o seu dever
Um homem uma mulher um cartaz de denúncia A voz do locutor definitiva nítida Manchetes cor de sangue no rosto dos jornais
É PRECISO ENCONTRÁ-LOS ANTES QUE SEJA TARDE
Já não basta o silêncio a espera conivente o medo inexplicado a vida igual a sempre conversas de negócios esperanças de emprego contrabando de drogas aluguer de automóveis Já não basta ficar frente ao copo vazio no café povoado ou marinheiro em terra a afogar a distância no corpo sem mistério da prostituta anónima Algures no labirinto da cidade um homem e uma mulher amam-se espreitam a rua pelo intervalo das persianas constroem com urgência um universo do amor E é preciso encontrá-los E é preciso encontrá-los
Importa perguntar em que rua se escondem em que lugar oculto permanecem resistem sonham meses futuros continentes à espera Em que sombra se apagam em que suave e cúmplice abrigo fraternal deixam correr o tempo de sentidos cerrados ao estrépito das armas Que mãos desconhecidas apertam as suas no silêncio pressago da cidade inimiga
Onde quer que desfraldem o cântico sereno rasgam densos limites entre o dia e a noite E é preciso ir mais longe destruir para sempre o pecado da infância erguer muros de prisão em circulos fechados impor a violência a tirania o ódio
Entretanto das esquinas escorre em letras enormes a denúncia total do homem e da mulher que no bar em penumbra numa tarde de chuva inventaram o amor com carácter de urgência
COMUNICADO GOVERNAMENTAL À IMPRENSA
Por diversas razões sabe-se que não deixaram a cidade o nosso sistema policial é óptimo estão vigiadas todas as saídas encerramos o aeroporto patrulhamos os cais há inspectores disfarçados em todas as gares de caminhos de ferro
É na cidade que é preciso procurá-los incansavelmente sem desfalecimentos Uma tarefa para um milhão de habitantes todos são necessários todos são necessários Não se preocupem com os gastos a Assembleia votou um crédito especial e o ministro das Finanças tem já prontas as bases de um novo imposto de Salvação Pública
Depois das seis da tarde é proibido circular Avisa-se a população de que as forças da ordem atirarão sem prevenir sobre quem quer que seja depois daquela hora Esta madrugada por exemplo uma patrulha da Guarda matou no Cais da Areia um marinheiro grego que regressava ao seu navio
Quando chegaram junto dele acenou aos soldados disse qualquer coisa em voz baixa e fechou os olhos e morreu Tinha trinta anos e uma família à espera numa aldeia do Peloponeso O cônsul tomou conhecimento da ocorrência e aceitou as desculpas do Governo pelo engano cometido Afinal tratava-se apenas de um marinheiro qualquer Todos compreenderam que não era caso para um protesto diplomático e depois o homem e a mulher que a policia procura representam um perigo para nós e para a Grécia para todos os países do hemisfério ocidental Valem bem o sacrifício de um marinheiro anónimo que regressava ao seu navio depois da hora estabelecida sujo insignificante e porventura bêbado
SEGUE-SE UM PROGRAMA DE MÚSICA DE DANÇA
Divirtam-se atordoem-se mas não esqueçam o homem e a mulher Escondidos em qualquer parte da cidade Repete-se é indispensável encontrá-los Um grupo de cidadãos de relevo ofereceu uma importante recompensa destinada a quem prestar informações que levem à captura do casal fugitivo Apela-se para o civismo de todos os habitantes A questão está posta É preciso resoIvê-la para que a vida reentre na normalidade habitual Investigamos nos arquivos Nada consta Era um homem como qualquer outro com um emprego de trinta e oito horas semanais cinema aos sábados à noite domingos sem programa e gosto pelos livros de ficção cientifica Os vizinhos nunca notaram nada de especial vinha cedo para casa não tinha televisão, deitava-se sobre a cama logo após o jantar e adormecia sem esforço
Não voltou ao emprego o quarto está fechado deixou em meio as «Crónicas marcianas» perdeu-se precipitadamente no labirinto da cidade à saída do hotel numa tarde de chuva O pouco que se sabe da mulher autoriza-nos a crer que se trata de uma rapariga até aqui vulgar Nenhum sinal característico nenhum hábito digno de nota Gostava de gatos dizem Mas mesmo isso não é certo Trabalhava numa fábrica de têxteis como secretária da gerência era bem paga e tinha semana inglesa passava as férias na Costa da Caparica.
Ninguém lhe conhecia uma aventura Em quatro anos de emprego só faltou uma vez quando o pai sofreu um colapso cardíaco Não pedia empréstimos na Caixa Usava saia e blusa e um impermeável vermelho no dia em que desapareceu
Esperam por ela em casa: duas cartas de amigas o último número de uma revista de modas a boneca espanhola que lhe deram aos sete anos Ficou provado que não se conheciam Encontraram-se ocasionalmente num bar de hotel numa tarde de chuva sorriram inventaram o amor com carácter de urgência mergulharam cantando no coração da cidade
Importa descobri-los onde quer que se escondam antes que seja demasiado tarde e o amor como um rio inunde as alamedas praças becos calçadas quebrando nas esquinas
Já não podem escapar Foi tudo calculado com rigores matemáticos Estabeleceu-se o cerco A policia e o exército estão a postos Prevê-se para breve a captura do casal fugitivo (Mas um grito de esperança inconsequente vem do fundo da noite envolver a cidade au bout du chagrin une fenêtre ouverte une fenêtre eclairée) Daniel Filipe
E disseram ! Não ao congelamento de salários inferiores a mil euros , e contra o aumento da idade da aposentação ....
A lei obriga a trabalhar até aos 65 anos de idade e penaliza quem se aposentar antes dessa data com um agravamento de desconto a quem o solicitar... Esta alteração que já vem de trás ...A partir de 2015, os funcionários públicos passam a reformar-se com 65 anos de idade e 40 anos de carreira contributiva (em vez dos 60 anos e 36 de serviço).
Esse estatuto também mantém a possibilidade dos funcionários públicos anteciparem a idade de reforma, desde que tenham o tempo de serviço completo, penalizando a respectiva pensão em 4,5 por cento por cada ano de antecipação.
Podemos vir a conviver com funcionários públicos num futuro próximo !... obrigados a trabalhar apoiados em bengala, cancerosos e com demais maleitas !
A Várzea, é terra de abundância regada na fertilidade de múltiplos e variados trabalhos "Os Campos, podem ser de alguns, de um, de muitos ou de todos" Façamos partilha em todos os Campos.
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APRESENTAÇÃO
Nos primórdios da sua existência, a Várzea estendia-se da foz da Ribeira do Alvorão até às Ferrarias, reorganização orográfica do espaço modificou-lhe os contornos sem que para o efeito (ao que se sabe) fosse feito qualquer estudo de impacte ambiental. A várzea foi invadida por unidades industriais, atravessada por estradas e uma auto-estrada, sofreu aterros vários por motivo de interesses inconfessáveis.
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