No Outono,
choram as árvores folhas
No chão do jardim.
No chão do jardim.
Meus
cabelos de prata,
cabelos de prata,
vão chorando assim.
Não tendo
adipsia
Sêde já tive e
sede terei
da água que
serei
e coisa
pouco rara
num corpo que se mexe,
e ondula a
seara
Abeberado estarei
depois de me dessesedentar dum mundo sedento
UM NATAL DEPOIS !
[José Da
Costa Velho]
Vai haver um Natal em que eu não veja
e seja cego
surdo e mudo…
haja um
vazio de família e de tudo
sem cânticos
nem luzes
nem
comemorações…
Um Natal sem
barbaças…!
Sem menino …
Sem reis!...
Sem dinheiro
com que comprareis?
Estarei só
comigo,
sem luz, numa
treva escolhida
sem voz e
sem ouvido…
poeta sem
caminho
vítima do
mesquinho
domiciliado
sem carinho.
Há-de vir
esse Natal sem correria
sem bolos e
outra iguaria
Um Natal de
muitos nadas
onde não
haja rabanadas
Eu já não
exista
mas toda a
gente insista,
que haja
festa na estrada !
Seja sempre
Natal e nasça uma Alvorada !
Colectânea Efeméride ®2020
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