15/06/2012

10 de junho e outras andanças .

Portugal está sobre controlo  financeiro externo .
 O governo é como que não governe  .
 Ninguém julga banqueiros nem regulamenta o sistema bancário  nem e os desmandos que este criou !
 Há quase  um milhão de desempregados e outros tantos com emprego precário e sem futuro . 
Do  dia 10 de Junho  registo este discurso do prof. Sampaio da Nóvoa- clique para ver e ouvir .
Resumo :

"As palavras não mudam a realidade. Mas ajudam-nos a pensar, a conversar, a tomar consciência. E a consciência, essa sim, pode mudar a realidade.

As minhas primeiras palavras são, por inteiro, para os portugueses que vivem situações de dificuldade e de pobreza, de desemprego, que vivem hoje pior do que viviam ontem.

É neles que penso neste 10 de Junho.

A regra de ouro de qualquer contrato social é a defesa dos mais desprotegidos. Penso nos outros, logo existo (José Gomes Ferreira).É o compromisso com os outros, com o bem de todos, que nos torna humanos. (...)

A arrogância do pensamento inevitável é o contrário da Liberdade. E nestes estranhos dias, dias duros e difíceis, podemos prescindir de tudo, mas não podemos prescindir da Liberdade nem do futuro. (...)

 O futuro , minhas senhoras e meus senhores, está no reforço da sociedade e na valorização do conhecimento . 

Há a liberdade de falar e há liberdade de viver, mas esta só existe quando se dá às pessoas a sua irreversível dignidade social (Miguel Torga)..Gostaria de recordar perante vós o célebre discurso de

(Franklin Roosevelt) proferido num tempo ainda mais difícil do que o nosso em 1941.

Diz Roosevelt :-  A democracia funda-se em coisas básicas e simples : Igualdade de oportunidades, emprego para os que podem trabalhar, segurança par os que dela necessitam. Fim dos privilégios para poucos, preservação das liberdades para todos .Os sacrifícios têm de basear-se numa forte consciência do social. Numa forte consciência do interesse colectivo. Uma consciência que muitas vezes fomos perdendo na vertigem do económico. Pior ainda fomos perdendo para interesses e grupos sem controlo que concentram a riqueza no mundo  e tomam decisões á margem de qualquer principio ético ou democrático (...)

Em mar de águas revoltas, é preciso manter o rumo, ter a sabedoria de separar o acessório do fundamental. A Europa não é uma opção, é a nossa condição. Uma Europa com uma nova divisa: liberdade, diversidade, solidariedade.

A Europa é o nosso futuro, mas não nos iludamos. Ou nos salvamos a nós, ou ninguém nos salva  (Manuel Laranjeira). (...)

Pelo Tejo fomos para o mundo...mas quantas vezes estivemos ausentes dentro de nós? Preferimos a índia remota, incerta, além dos mares, ao bocado de terra em que nascemos (Teixeira de Pascoais). (...)

O heroísmo a que somos chamados e, hoje, o heroísmo das coisas básicas e simples - oportunidades, emprego, segurança, liberdade. O heroísmo de um país normal, assente no trabalho e no ensino.

Parece pouco, mas é muito, o muito que nos tem faltado ao longo da história. (...)

Existe conhecimento. Existe ciência. Existe tecnologia. Mas não estamos a conseguir aproveitar este potencial para transformar as nossas instituições e empresas, para integrar uma geração qualificada que, assim, se vê empurrada para a precariedade e para o desemprego. (...)

Lisboa é dos poetas. Em Abril, a poesia esteve na rua e fez-nos emergir da noite e do silêncio. A poesia volta sempre à rua, através desta língua que é a nossa mátria, desta língua que nos permite estar connosco e com os outros, nas comunidades que nos multiplicaram pelo mundo e nos países que são parte de nós.

 25 anos depois, não esqueço José Afonso: Enquanto há força, cantai rapazes, dançai raparigas seremos muitos seremos alguém, cantai também.

Cantemos todos por um país solidário. Por um país que assegura o direito às coisas básicas e simples.Por um país que se transforma a partir do conhecimento.

Não podemos ser ingénuos. Mas denunciar as ingenuidades não significa pôr de lado uma vida limpa e de um tempo justo (Sofia)."

 

António Nóvoa


A marcar o tempo e o calendário desloquei-me à vila raiana de Monção para assistir aos festejos de Corpo de Deus . Um dia santo, que por negociatas fiduciárias vai ser extinto . 
A supressão de feriados e dias santos é um atentado cultural , etnográfico e antropológico que o actual governo está a fazer !
PORTUGAL encontra-se  em recessão histórico - cultural , ainda há quem   imbecilmente considere  este regime uma democracia !
 Vila Praia de Ancora
 Monção - festa de corpo de deus
 Paredes de Coura !



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